Centrão e eleições entre Estados Unidos e China
A questão não é quem será candidato, mas sim do lado de que país o Brasil ficará no mundo

O mundo hoje está em cenário de guerra, não somente na Palestina, não somente na Ucrânia, mas sim o mundo inteiro. Sim, as tensões entre os países estão aumentando, a grande questão hoje é: do lado de quem cada pais ficará? E quem são os lados? China, Rússia, Estados Unidos. É uma bifurcação, pois China e Rússia são aliadas contra os EUA. Estar com os EUA é estar contra Rússia e China, estar com Rússia e China é estar contra os EUA, não há espaço para o "multilateralismo". As eleições deveriam pouco importar frente a isso. Os fatos da realidade política não ligam se a eleição será ano que vem, as potências identificam suas expectativas no aqui e agora, elas fazem tudo no tempo que querem, não esperam o Brasil. Caso as elites políticas do Brasil escolham esperar e não se posicionem, a força dos fatos arrastará pelos cabelos o Brasil e este país permanecerá perdido, à deriva, somente reagindo ao que lhe aparece, semi-morto, como está há mais de 500 anos. Um povo só existe em relação a outros povos, identifica-se pela diferença com os outros. Uma nação só existe porque é uma comunidade unida de pessoas, aliados, em contraparte aos estrangeiros, potenciais inimigos externos, com outros interesses. São externos, pois dentro das fronteiras da nação estão os aliados, caso o inimigo adentre nas fronteiras, quer dizer que se está em guerra, ou que, na verdade, a nação está dividida, e aqueles que são aliados na verdade são inimigos, inimizade interna significa abrir espaço para que estrangeiros venham para dentro do país. O momento em que uma nação se divide contra si, um conflito interno, é o perfeito momento para os estrangeiros buscarem seus interesses dentro da nação. Sem unidade interna, não há como combater invasores no caso de uma guerra ou de interferência econômica e política. O Brasil, com elites políticas divididas, está fragmentado por dentro, e cada fragmento, sabendo que há dois blocos de potências estrangeiras interessados no Brasil, recorre a um desses dois blocos. Assim, a esquerda de Lula recorreu ao BRICS, a direita de Bolsonaro recorreu aos Estados Unidos. E o Centrão? Recorre a quem? Está perdido. ### O que é o Centrão? O Centrão representa, via de regra, as velhas famílias que mantém seu poderio econômico e político no Brasil desde muito tempo, eles são ruralistas, empreiteiros, varejistas, e tudo o mais. O principal interesse deles é manter seu próprio poder. Não lhes interessa desenvolvimento econômico, pois traria fluxo migratório dentro do país, aumento de populações e, portanto, possíveis mudanças na estrutura políticas das eleições: quem mandava em tal ou qual cidade não manda mais, pois os novos habitantes fizeram diferença votando em novos vereadores e prefeitos, destituindo as elites que a tanto tempo gozavam de sinecura estável. Mais desenvolvimento econômico e humano traria novas demandas políticas, perturbaria a eleição das velhas elites seja na cidade, no estado ou no País. Eles são "Centrão" pois não têm ideologia, só querem manter o próprio poder. Eles dialogam com os grupos ideológicos esquerda e direita e se mantêm como um bloco e com o qual os ideológicos precisam dialogar para ter poder. Eles querem verbas, emendas, leis que lhes favoreçam. E ai de vocês que fizerem algo para reduzir seus salários ou prejudicar suas empresas do varejo e do agronegócio! Além do desenvolvimento humano, a polarização também dá ao Centrão sérios problemas. O país está mais "ideológico". Não há