Eduardo clama por unidade junto a PL

Escrito por Daniel Miorim de Morais

Cúpula partidária se reúne para discutir posicionamento unificado pró-EUA defendido por ala ligada a Eduardo Bolsonaro

Eduardo clama por unidade junto a PL

Divergências internas no Partido Liberal (PL) sobre o posicionamento internacional do Brasil têm gerado tensões na legenda, com fontes relatando pressão para que a base partidária entenda que está escolhendo entre alinhar-se ou com os Estados Unidos ou com a China. O silêncio nesse momento seria o meio mais intenso de aproximar-se da China e estaria fazendo o “jogo do Xandão”. A disputa expõe um conflito entre diferentes alas sobre o futuro da direita brasileira.

Segundo fontes ligadas à base política da direita nos EUA, Eduardo Bolsonaro tem defendido internamente uma posição unificada do partido em relação aos Estados Unidos. O deputado federal argumenta que os interesses americanos - incluindo estabilidade institucional, alinhamento com valores ocidentais e combate ao tráfico internacional de drogas - convergem com os interesses brasileiros e exigiriam ação imediata da base.

Resistências internas

Reuniões da cúpula do PL foram convocadas para debater a questão, mas encontraram resistência de figuras importantes do partido. Valdemar da Costa Neto, presidente nacional da legenda, e o marqueteiro Duda Lima estariam entre os principais opositores a essa estratégia de alinhamento automático.

A proposta de eliminar intermediários na relação com deputados, defendida pelo grupo de Eduardo Bolsonaro, poderia fortalecer as decisões partidárias e coordenar o esforço político necessário para a anistia ampla, geral e irrestrita. No entanto, essa movimentação pode ser vista por alguns como uma tentativa de tomada de controle do partido, o que poderia resultar em retaliações, incluindo possíveis expulsões que seriam respondidas com hostilidade americana direta a essas figuras.

Novo modelo de comunicação política

Lideranças tradicionais da direita falam da dificuldade em se adaptar ao atual modelo de governança política, onde lives, vídeos e postagens em redes sociais substituíram ordens diretas e a coordenação partidária tradicional. A comunicação agora depende mais de declarações públicas na imprensa do que de articulação interna estruturada.

O desengajamento de políticos bolsonaristas em relação a declarações de autoridades americanas, priorizando temas eleitorais como a questão do INSS, evidencia a falta de consenso sobre as prioridades do partido. Enquanto alguns defendem foco total no alinhamento internacional, outros mantêm atenção em pautas domésticas com apelo eleitoral.

A divisão reflete um dilema mais amplo enfrentado pelo PL: equilibrar os interesses de sua base eleitoral com pressões por um posicionamento geopolítico mais definido, especialmente considerando a situação jurídica de Jair Bolsonaro e as relações do Brasil com as principais potências mundiais. Qual caminho será seguido? O caminho de Valdemar ou de Eduardo?