Não convenceu!

São Paulo, 09 de setembro de 2025 – No dia seguinte à manifestação "Reaja Brasil", realizada na Avenida Paulista em 7 de setembro de 2025, as redes sociais fervilharam com desconfianças e críticas ao discurso do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O que foi apresentado como uma guinada radical em defesa da "liberdade" e contra o Supremo Tribunal Federal (STF) – especialmente o ministro Alexandre de Moraes – não convenceu uma parcela significativa da base bolsonarista, gerando acusações de oportunismo eleitoral e insinceridade.

Internautas e aliados próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) questionaram se o governador estaria escondendo ambições pessoais para a eleição presidencial de 2026, disfarçadas de lealdade ao bolsonarismo. A repercussão, amplificada por posts virais no X (antigo Twitter) e análises em veículos de imprensa, expõe divisões internas na direita brasileira e pode impactar o futuro político de Tarcísio.

Tarcísio de Freitas, que subiu ao palanque pela primeira vez em um ato desse tipo como governador, proferiu o que aliados descreveram como seu "discurso mais radical até então". Ele classificou Alexandre de Moraes como um "tirano" e "ditador", afirmou que o Brasil vive uma "ditadura de um poder sobre os outros" e defendeu uma anistia "ampla, geral e irrestrita" para réus de 8 de janeiro, incluindo Bolsonaro. "Deixa o Bolsonaro ir pra urna, qual o problema?", questionou Tarcísio, ecoando o tom aguerrido do ex-presidente.

Ele ainda criticou o processo judicial contra Bolsonaro como "viciado e maculado", mencionou a delação de Mauro Cid como "mentirosa" e pressionou o Congresso a acelerar a votação de um projeto de anistia relatado pelo deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). "Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes", declarou, recebendo aplausos iniciais, mas também reações frias de parte do público, como notado em vídeos e relatos de participantes.

No entanto, o que Tarcísio pretendia como uma demonstração de força rapidamente se transformou em alvo de desconfianças nas redes. Usuários do X, incluindo bolsonaristas radicais, acusaram o governador de "oportunismo" e "jogo duplo", sugerindo que sua radicalização repentina visa conquistar a base de Bolsonaro para uma candidatura própria em 2026, enquanto mantém alianças moderadas nos bastidores.

Um post de Jordan Blackthorn (@JordanBlakthorn) resumiu o sentimento: "Há um consenso entre liberais e afins de que o discurso do Tarcísio na Avenida Paulista foi apenas uma piscadela para enganar os 'Bolsonaristas radicais'. O Bolsonarismo gosta de ser usado e manipulado. Não confio no Tarcísio, Mas vamos o que ele vai fazer."

Similarmente, Marco Antônio Costa (@realmacosta) publicou um vídeo de 2 minutos e 34 segundos do discurso, criticando: "FORA MORAES! Não podemos perder o tom. Se o governador Tarcísio se coloca como defensor da liberdade, não pode fazer apelos que confundem a mensagem." O post acumulou 1.295 curtidas e 272 reposts, com replies reforçando a insatisfação, como o de Rosmar (@Rosmargrz): "@tarcisiogdf é o Cavalo de Tróia do Sistema o Deep State."

A Auri Verde Brasil (@auriverdebrasil) compartilhou um vídeo de 12 minutos e 52 segundos com a análise de Pittoli, que afirmou: "Falta propósito" na fala de Tarcísio. Outros, como Gazeta Online (@Gazeta_Online), expressaram decepção: "Pittoli tem sido mto preciso nas avaliações sobre o governador Tarcísio, infelizmente eu, que votei nele, penso o mesmo."

Por exemplo, Apollo Fury (@apollofury_) postou um vídeo de 1 minuto e 29 segundos analisando o semblante do público: "Quando Tarcísio fala, e as câmeras focam o rosto do público, vemos no semblante das pessoas que elas estão desacreditadas do que estão ouvindo. Elas não acreditam." A desconfiança atinge o núcleo familiar de Bolsonaro.

Em coluna de Bela Megale no O Globo, Eduardo Bolsonaro, em conversas privadas com aliados, chamou o discurso de "lágrimas de crocodilo", sugerindo falsidade emocional e tardia radicalização. "Eduardo viu a fala como 'tardia' e sem autenticidade, acreditando que Tarcísio enfrenta o desafio de manter o tom radical, senão será visto como 'fraco' pela base", relata o artigo. Eduardo, que planeja candidatura em 2026 mesmo sem apoio do pai, vê a guinada como cálculo para herdar o bolsonarismo, influenciado por suas ações nos EUA por sanções contra o STF.