Como anda a economia brasileira?

Escrito por Claudio Henrique Tancredo

Entenda o andar da economia brasileira nos últimos dois anos

Como anda a economia brasileira?

Economia brasileira: 2024–2025 A economia brasileira teve um crescimento robusto em 2024, principalmente após a mudança da política monetária contracionista, quando a taxa de juros passou de 13,75% (vigente de agosto de 2022 até agosto de 2023) para sucessivas reduções até chegar a 10,75% em junho de 2024. Porém, 2025 é marcado por moderação e receio nas expectativas dos agentes. Apesar de o PIB ter crescido 1,4% no 1º trimestre, no 2º trimestre o crescimento foi de apenas 0,4, sinal de perda de ímpeto nos investimentos. ## INDÚSTRIA O primeiro semestre de 2025 mostra redução do dinamismo industrial. Em junho, os indicadores evidenciam desaceleração ao longo do semestre. A indústria de transformação — que converte matérias-primas em bens finais ou semiacabados (alimentos, automotiva, eletrônica etc.) — registrou queda real no faturamento e diminuição das horas trabalhadas, tendência observada no 2º trimestre em relação ao 1º. - Faturamento real (receita de vendas ajustada pela inflação, IPA/OG-FGV): - –1,9% na passagem de maio para junho; - –2,6% no 2º trimestre de 2025, implicando trimestre em baixa. - Horas trabalhadas na produção (esforço de trabalho diretamente empregado, proxy de capacidade produtiva e expectativa de demanda): - –0,7% entre maio e junho de 2025; - –1,0% no 2º trimestre vs. 1º trimestre. Mercado de trabalho e rendimentos - Massa salarial real (ajustada pelo INPC-IBGE): - –3,6% em junho/2025 vs. junho/2024; - –2,1% no acumulado jan–jun/2025 vs. jan–jun/2024; - +1,3% em junho (reversão parcial da queda de –3,3% em maio). - Rendimento médio real: - –5,3% em junho/2025 vs. junho/2024; - –4,3% no acumulado jan–jun/2025 vs. jan–jun/2024; - +1,2% em junho (reversão parcial da queda de –3,2% em maio). Apesar da fraqueza nos rendimentos, o desemprego caiu a 5,8% no 2º trimestre de 2025, impulsionando consumo — mas também pressionando preços, o que dificulta a mudança da política monetária. ## BANCO CENTRAL Diante desse quadro, o Banco Central mantém a taxa Selic em 15%, refletindo preocupações com a inflação futura. Em 2025, a inflação (IPCA) foi de 4,83%, acima do teto de 4,5%. Projeções indicam persistência inflacionária: segundo o FMI, em maio de 2025 a inflação chegou a 5,3% e tenderia a se manter nesse patamar até o fim de 2025, convergindo para